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TRANSTORNOS
MAIS GRAVES NA ADOLESCÊNCIA
A adolescência é um período de profundas mudanças
internas e externas do organismo global, física e mentalmente.
É também a idade predileta para a eclosão da maioria
dos transtornos emocionais. Entre os transtornos emocionais da adolescência
o mais temido é a psicose, tanto por sua gravidade
e impacto que produz no entorno do paciente, na importância do tratamento
precoce para alívio do paciente e de seus familiares e devido ao
risco de evolução incapacitante da doença, cujo momento
de maior perigo para seqüelas invalidantes se situa nos dois primeiros
anos da psicose.
Assim
sendo, na adolescência, mais que em qualquer outro período
da vida, o médico deve se esforçar para estabelecer diagnósticos
e prognósticos, com especial zelo para a Esquizofrenia,
pois como sabemos, esta é a idade preferida para o início
desse transtorno. Ainda assim, não devemos deixar de suspeitar
dos Transtornos do Humor, os quais também aparecem nesta idade
e com características bastante enganosas. Além dos transtornos
de personalidade e comportamento.
Antes do primeiro surto psicótico, as pessoas não costumam
apresentar sintomas psicóticos evidentes mas, podem apresentar
um determinado número de mudanças do comportamento, da afetividade
e do pensamento. Geralmente os primeiros sintomas são ansiedade,
idéias hipocondríacas, síndromes depressivas, mudanças
afetivas, anedonia, apatia, irritabilidade, retraimento social, falta
de iniciativa e transtornos do sono, muito comuns nesta fase, a diferença
é que produzem sofrimento, logo, são mórbidos.
TRANSTORNOS MAIS COMUNS NA ADOLESCÊNCIA
Transtornos do Humor
É o grupo onde se incluem as doenças depressivas, de certo
modo comuns na adolescência, acompanhadas das mais diversas manifestações.
Podem apresentar humor deprimido (tristeza) acentuado ou irritabilidade
(que por si só pode ser manifestação normal da adolescência),
perda de interesse ou prazer em suas atividades, perda ou ganho de peso,
insônia ou excesso de sono e abuso de substâncias psicoativas
(mais comumente álcool, porém até outras drogas).
O tratamento desses transtornos envolve o uso de fármacos (antidepressivos),
associados a psicoterapia.
Transtornos Alimentares
Onde se incluem a Bulimia (ataques de "comer" compulsivo seguidos,
muitas vezes, do ato de vomitar) e Anorexia (diminuição
intensa da ingesta de alimentos). A pessoa demonstra um "pavor"
de engordar, tomando atitudes exageradas ou não necessárias
para emagrecer, mantendo peso muito abaixo do esperado para ela. O tratamento
desses transtornos envolve uma equipe multidisciplinar (psiquiatra, nutricionista),
fármacos antidepressivos e psicoterapia, necessitando em alguns
casos de intervenções na família.
Transtornos do Uso de Substâncias Psicoativas
O uso de drogas, como é conhecido, é um tipo de alteração
de comportamento bastante visto na adolescência. A dependência
de drogas, que é o transtorno mais grave desse grupo, manifesta-se
pelo uso da substância associado a uma necessidade intensa de ter
a droga, ausência de prazer nas atividades sem a droga e busca incessante
da droga, muitas vezes envolvendo-se em situações ilegais
ou de risco para se conseguir a mesma (roubo e tráfico). O tratamento
envolve psicoterapia, educação familiar e alguns fármacos,
por vezes necessitando internação hospitalar.
Transtornos de Conduta
Caracterizam-se por comportamentos repetitivos de contrariedade a normas
e padrões sociais, conduta agressiva e desafiadora. Constitui-se
em atitudes graves, sendo mais do que rebeldia adolescente e travessuras
infantis normais. Essas pessoas envolvem-se em situações
de ilegalidade e violações do direito de outras pessoas.
Aparecem roubos, destruição de patrimônio alheio,
brigas, crueldade e desobediência intensa como algumas das manifestações.
O tratamento envolve basicamente psicoterapia, podendo-se utilizar alguns
fármacos no controle da impulsividade desses pacientes. São
transtornos de difícil manejo, e muitas vezes necessitam de intervenções
familiares e sociais.
Transtornos de Ansiedade
Os transtornos de ansiedade incluem desde a ansiedade de separação
e a fobia escolar, condições que ocorrem quase que exclusivamente
na infância, até o transtorno obsessivo compulsivo, transtorno
de ansiedade generalizada, estresse pós-traumático, síndrome
do pânico e fobias. Pessoas que vivem com um grau muito intenso
de ansiedade podem chegar a ter prejuízos no seu funcionamento,
por exemplo social, em decorrência dessa ansiedade. Além
de causar importante sofrimento físico e psicológico, as
conseqüências dos sintomas ansiosos costumam ser desmoralizantes
e incapacitantes em mais de uma esfera, como por exemplo social, ocupacional,
escolar e familiar. Os sintomas podem iniciar tanto na infância
quanto na adolescência , e podem ser tanto primários, quanto
secundários ou ocorrerem em comorbidade com outros sintomas psiquiátricos.
O tratamento envolve basicamente psicoterapia, podendo-se recorrer a alguns
fármacos como coadjuvantes.
Transtornos de Ansiedade
Pessoas que vivem com um grau muito intenso de ansiedade, chegando a ter
prejuízos no seu funcionamento, por exemplo social, em decorrência
dessa ansiedade. Pode aparecer na adolescência sob a forma de ansiedade
de separação, geralmente dos pais, aparecendo em adolescentes
que não conseguem manter atividades sem a presença dos mesmos.
São extremamente tímidos, e muitas vezes, não conseguem
obter prazer em quase nenhuma atividade fora de casa. O tratamento envolve
basicamente psicoterapia, podendo-se recorrer a alguns fármacos
como coadjuvantes.
Transtornos Psicóticos
Nessa fase da vida muitos transtornos psicóticos, por exemplo a
esquizofrenia, iniciam suas manifestações. Esses transtornos
são graves, muitas vezes necessitam internação hospitalar
e são caracterizados por comportamentos e pensamentos muito bizarros
e distorcidos frente a realidade. O tratamento baseia-se em tratamento
medicamentoso com o uso de antipsicóticos e psicoterapia de apoio.
São transtornos, em sua maioria, cronificantes, principalmente
se não tratados.
Suicídio na Adolescência
Muitos transtornos da adolescência podem se manifestar com comportamento
suicida. Tentativas ou ameaças de suicídio podem aparecer.
Alguns comportamentos de exposição e risco (dirigir em alta
velocidade ou embriagado, envolvimento em brigas ou em atividades de risco,
entre outras) também podem ser sinais de comportamento suicida
na adolescência, mesmo sem a manifestação explícita
dessa intenção. O comportamento impulsivo do adolescente,
acarreta um risco maior de tentativas de suicídio mesmo na ausência
de sintomas depressivos ou uma clara ideação suicida, o
que torna o adolescente muito mais vulnerável a este tipo de comportamento.
Esquizofrenia
Transtorno do Humor Grave com Sintomas Psicóticos
Transtorno Esquizoafetivo
Alucinações Isoladas do Adolescente
Episódio psicótico agudo secundário ao uso de substância
tóxica ou de causa orgânica
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