|
A
FAMÍLIA COMO MAIOR INCENTIVADOR A PARAR DE FUMAR.
Pesquisas revelam que, embora pareça chato, um dos pontos mais
importantes para fazer alguém parar de fumar é o incentivo
dos familiares. A chave do sucesso é o jeitinho.
Tania Cavalcante, chefe da divisão de controle do tabagismo do
Instituto Nacional do Câncer, explica que pressionar e cobrar não
funciona. 'O melhor método para ajudar um parente a parar é
mostrar que todos gostam muito dele.' Se ele finalmente decidiu parar,
a estratégia muda. 'A pessoa vai ficar irritada, então é
preciso ter compreensão e fugir dos conflitos.' Quando um membro
do grupo familiar abandona o cigarro, freqüentemente faz com que
outros o sigam.
Além de abanar a mão diante do nariz em gesto de desgosto,
como costumam fazer as crianças pequenas, recomenda-se aos parentes
dos fumantes que não acendam o cigarro diante de quem está
lutando contra a dependência. A provocação é
um dos comportamentos que mais estimulam a volta ao tabaco. 'É
comum que o filho adolescente ofereça cigarro ao pai que parou
de fumar. Claro, chega uma hora que ele não agüenta', observa
Tania.
A atriz Helena Ranaldi acendeu seu primeiro cigarro com 21 anos de idade.
Aos 37, considera-se uma vitoriosa por estar há quatro meses em
total abstinência. Um dos maiores incentivadores na batalha é
o filho Pedro, de 5 anos. 'Parei de fumar para engravidar, mas acabei
voltando porque chegava a sonhar com um cigarrinho', revela. 'Só
fumava na varanda de casa, lavava as mãos, esvaziava os cinzeiros,
mas, mesmo assim, Pedro vivia reclamando. Minha força de vontade
cresceu de tanto ele falar', conta a atriz, que, apesar de às vezes
ainda abrir a bolsa automaticamente em busca do maço, está
nadando e regulando a alimentação para não engordar.
Preocupação com a família é o principal motivo
alegado por homens e mulheres para entrar no time dos ex-fumantes. Ninguém
quer dar mau exemplo ou transformar as crianças em fumantes passivas.
O empresário Marcos Levy, de 36 anos, decidiu parar porque o cigarro
concorria com o tempo que tinha para se dedicar aos dois filhos. 'Quando
um vinha falar comigo, eu, que consumia quatro maços diários,
estava fumando. E, como não gostava de fumar perto deles, acabava
me afastando', conta ele, que tomou remédio, usou adesivo e goma
de mascar até conseguir parar. 'É uma vitória para
quem, um dia, voltou 200 quilômetros durante uma prova de rali para
comprar um mísero cigarrinho.'
|
|