Alcoolismo é uma doença genética?

Do ponto de vista médico, o alcoolismo é uma doença crônica, com aspectos comportamentais e socioeconômicos, caracterizada pelo consumo compulsivo de álcool, na qual o usuário se torna progressivamente tolerante à intoxicação produzida pela droga e desenvolve sinais e sintomas de abstinência, quando a mesma é retirada.

Uma das características mais importantes do alcoolismo é a negação de sua existência por parte do usuário. Raros são aqueles que reconhecem o uso abusivo de bebidas, passo considerado essencial para livrarem-se da dependência.

Sem desprezar a importância do ambiente no alcoolismo, há evidências claras de que alguns fatores genéticos aumentam o risco de contrair a doença. O alcoolismo tende a ocorrer com mais frequência em certas famílias, entre gêmeos idênticos (univitelinos), e mesmo em filhos biológicos de pais alcoólicos adotados por famílias de pessoas que não bebem.

Filhos biológicos de pais alcoólicos criados por famílias adotivas têm mais dificuldade de abandonar a bebida do que alcoólicos que não têm história familiar de abuso da droga.

Pesquisas com adolescentes mostraram que os filhos de alcoólicos chegavam à 5ª dose com poucos sinais de embriaguez, enquanto os filhos de não-alcoólicos, na 3ª dose, estavam embriagados. Isto é observável em qualquer grupo de jovens que se forma nas festas, baladas, churrascos. Eles mesmo reconhecem: o “cara” é forte pra beber! Ele bebe e não dá vexame! Ele sabe controlar a bebida! , não sabem que este é um exemplo claro de possuir maior tolerância ao álcool por característica genética.

Outra pesquisa com rapazes de 17/18 anos, filhos de alcoólicos, comparados com um grupo-controle constituído por filhos de não-alcoólicos, mostrou que os filhos de alcoólicos, que tinham passado por experiências amargas e traumatizantes em casa, eram completamente abstêmios aos 17 anos, se recusam a beber para não seguir o exemplo de casa, enquanto os outros, filhos de pais que não bebiam, às vezes se embriagavam quando iam a festas.

Toda criança é contrária ao consumo de álcool e cigarro pelos pais até os 10–12 anos, tanto por informações recebidas na escola e livros quanto pelo prejuízo que sentem em si próprios. Pedem para parar e tentam convence-los dos malefícios, além de temer pelo futuro deles.

Entretanto, 20 anos mais tarde, o acompanhamento destes jovens mostrou existir muito mais dependentes de álcool entre os filhos de alcoólicos, exatamente aqueles que tinham prometido nunca beber. Pois com os conflitos da adolescência, muitos não desenvolveram recursos emocionais para lidar com as dúvidas, perdas, timidez, insegurança, grupo de pares, escolhas vocacionais e outras questões inevitáveis desta fase de grandes mudanças e acabam repetindo o padrão dos pais de usar álcool, cigarro e outras drogas para lidar com suas dificuldades. Buscam alivio imediato, recursos externos, formas de se desligar da realidade ou encorajamento, participação em grupos rebeldes e de enfrentamento a família e sociedade.

As pesquisas mostram que 70% dos alcoólicos têm em sua história familiar, parentes próximos (pais, mães, tios, avós, primos) com problemas de alcoolismo”, demonstrando que a herança genética/comportamental é muito forte.



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